A busca pela estética perfeita e pela melhoria da autoimagem é uma jornada cada vez mais comum na sociedade moderna. As cirurgias plásticas estão entre os procedimentos mais realizados, mas, infelizmente, nem sempre o resultado é o esperado, e em alguns casos, erros médicos podem ocorrer. Como advogado especializado em erro médico, frequentemente recebo questionamentos de pacientes sobre o que pode ser considerado um erro médico e como evitar que isso aconteça. Neste artigo, detalharei os principais erros médicos em cirurgias plásticas e darei dicas práticas para minimizar os riscos, além de orientá-lo sobre a importância de uma assistência jurídica qualificada.
O que é considerado um erro médico em cirurgias plásticas?
Um erro médico em cirurgia plástica ocorre quando há uma falha na conduta profissional do médico, seja por negligência, imprudência ou imperícia, que resulta em danos ao paciente. Diferentemente dos insucessos estéticos, que podem ocorrer mesmo com a melhor técnica, os erros médicos são caracterizados pela falta de cuidado adequado. Assim, quando o médico não age conforme os padrões de sua profissão ou quando comete atos que um profissional médio, com o mesmo grau de experiência, não cometeria, estamos diante de um erro médico.
Os principais erros médicos em cirurgias plásticas
- Escolha inadequada do procedimento para o paciente
Um dos erros mais comuns é a escolha inadequada do procedimento para o biotipo ou estado de saúde do paciente. O médico deve realizar uma avaliação criteriosa para garantir que a cirurgia plástica proposta seja segura e viável. Ocorre erro quando o profissional negligencia exames ou desconsidera fatores como idade, condições de saúde pré-existentes e estrutura corporal, aumentando o risco de complicações. - Falta de comunicação sobre os riscos
Todo procedimento cirúrgico, inclusive as cirurgias plásticas, envolve riscos. No entanto, muitos médicos falham em explicar de forma clara e detalhada os possíveis riscos e complicações ao paciente. A omissão dessas informações caracteriza um erro médico, uma vez que viola o princípio da autonomia do paciente, que tem o direito de consentir ou não com a cirurgia ciente de todos os riscos envolvidos. - Erro na anestesia
A anestesia é uma parte crucial de qualquer cirurgia, e erros nessa fase podem causar sérios danos ao paciente, como reações alérgicas, paradas cardiorrespiratórias ou até mesmo morte. A escolha errada do tipo de anestesia, bem como a administração incorreta de doses, são falhas que podem ocorrer tanto por parte do anestesista quanto do cirurgião. - Complicações pós-operatórias mal monitoradas
Após a cirurgia, o acompanhamento adequado é essencial para garantir a boa recuperação do paciente. Médicos que não prestam a devida atenção aos sinais de infecção, hemorragias ou outros problemas no pós-operatório estão cometendo um erro médico. A ausência de orientações claras ao paciente sobre os cuidados pós-operatórios também é um fator de risco. - Imperícia técnica durante a cirurgia
Em alguns casos, o erro está diretamente relacionado à falta de habilidade ou experiência do médico, o que se caracteriza por imperícia. Isso pode ocorrer em procedimentos que exigem técnicas específicas, como lipoaspiração, rinoplastia ou abdominoplastia, quando o cirurgião não domina as habilidades necessárias, resultando em danos estéticos ou até funcionais irreversíveis. - Falhas na esterilização e controle de infecções
A má higienização de instrumentos ou o ambiente de cirurgia inadequadamente esterilizado podem levar a infecções graves. Erros na esterilização são mais comuns em clínicas que não seguem normas rígidas de segurança, colocando o paciente em risco desnecessário de infecções, que podem evoluir para complicações severas. - Cicatrizes ou sequelas estéticas indesejadas
Cicatrizes excessivas ou sequelas estéticas inaceitáveis também podem configurar erro médico, sobretudo quando resultam de falhas na técnica cirúrgica ou pela ausência de cuidados pós-operatórios adequados. Nem toda cicatriz é um erro médico, mas aquelas que surgem devido à falta de habilidade ou cuidados podem ser alvo de ação judicial.
Como prevenir erros médicos em cirurgias plásticas?
- Escolha um profissional qualificado
O primeiro passo para minimizar os riscos de erro médico é escolher um cirurgião plástico que seja devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina (CRM) e que tenha especialização em cirurgia plástica reconhecida pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Evite escolher profissionais apenas com base em redes sociais ou preços abaixo do mercado. - Verifique a estrutura da clínica ou hospital
Certifique-se de que a cirurgia será realizada em um ambiente hospitalar ou em uma clínica com todos os recursos necessários para atender a emergências. Verifique também as condições de higiene, o que pode evitar problemas relacionados à esterilização inadequada de materiais. - Converse abertamente com o cirurgião
Não hesite em fazer todas as perguntas sobre o procedimento, riscos, tempo de recuperação e possíveis complicações. Um médico que não está disposto a esclarecer dúvidas ou que apresente respostas evasivas deve ser considerado com cautela. - Peça para ver fotos de antes e depois
Peça ao cirurgião que mostre resultados de cirurgias anteriores realizadas em outros pacientes. Embora cada caso seja único, é uma maneira de verificar o nível de habilidade do profissional. - Realize todos os exames pré-operatórios necessários
Não negligencie os exames pré-operatórios, mesmo que pareçam desnecessários. Eles são essenciais para garantir que sua saúde está em condições de passar por uma cirurgia segura. Certifique-se de que o médico analise cuidadosamente os resultados. - Entenda o pós-operatório e siga as orientações
As complicações no pós-operatório são, muitas vezes, decorrentes da falta de cuidado do paciente. Certifique-se de seguir à risca todas as orientações dadas pelo cirurgião. Além disso, esteja atento aos sinais de infecção ou outras complicações e informe o médico imediatamente caso algo pareça fora do comum. - Considere uma segunda opinião
Se tiver dúvidas sobre a conduta do médico ou sobre o procedimento proposto, busque uma segunda opinião. Não é incomum que diferentes profissionais tenham abordagens distintas, e uma nova avaliação pode garantir mais segurança.
Quando procurar um advogado?
Se você acredita que foi vítima de um erro médico durante um procedimento estético, é fundamental buscar a orientação de um advogado especializado em erro médico. Um profissional com experiência nesse campo poderá auxiliá-lo a identificar se realmente houve falha na conduta do médico e orientá-lo sobre os próximos passos para buscar a devida reparação. A contratação de um advogado deve ser feita o quanto antes, já que os prazos para ingressar com uma ação podem variar e a coleta de provas é um processo que exige agilidade.
Resumo
Erros médicos em cirurgias plásticas podem ocorrer devido a diversos fatores, como falta de qualificação do profissional, falhas na técnica, complicações mal monitoradas no pós-operatório e falhas na esterilização. A escolha de um cirurgião qualificado, a realização de exames pré-operatórios e a busca por uma segunda opinião são medidas que podem ajudar a prevenir tais erros. Caso o erro ocorra, o paciente deve procurar imediatamente um advogado especializado para buscar a reparação judicial adequada.